sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Porque você?

 - Porque eu?
Você me pergunta.
- Porque eu? O que você viu em mim? Eu não tenho nada pra te oferecer!
E fica me encarando com aquele olhar de quem está tentando arrancar respostas convincentes.
Ah! O seu olhar...
Você diz que tenho um 'olhar desconcentrador', porque você nunca reparou no seu.
Droga vagueei novamente.
- Você sempre arruma um jeito de fugir das respostas...
Você vive me dizendo isso, e até que é verdade. Eu me esquivo de dar certas respostas, mas não é por medo de reprovação, ou por insegurança das minhas convicções, é que 'na minha humilde opinião' tem respostas que não precisam ser dadas, eu falo com o olhar. Você esqueceu?
Mas tudo bem, vamos levar em consideração que vocês meninos não são muito bons com percepções, correto? Odeio generalizações mas... Enfim, estou disposta a falar.
Eu não acordei naquele dia disposta a encontrar alguém pra fazer parte da minha limitada e conturbada caminha terrestre.
Eu não fiquei examinando cada pessoa que passou por mim no ônibus, no metrô, no trajeto que faço do metrô até o trabalho tentando descobrir qual delas tinha o potencial aceso pra aturar meus caprichos .
Não fui decretada aquele bar a encontrar 'O Amor da Minha Vida', afinal você sabe o que eu penso sobre o amor e a vida.
Eu não preciso que ninguém me ofereça nada.
Não preciso que me ajudem com minha carga.
Não preciso que sequem minhas lágrimas.
Muito menos que impeçam que elas caiam.
Mas você tem tudo o que eu preciso. Ou nada que eu precise, mas quero.
Quando entrei naquele bar, e você sorriu pra mim eu pensei: "Que merda, outro iludido achando que vai se dar bem".
Mas algo me fez retribuir o sorriso.
Quando você se aproximou eu pensei: " Lá se foi meu momento de paz".
Mas você fez com que eu percebesse que foi um boa ideia.
E até hoje eu sinto que foi. Eu sei que amanhã podemos acordar de saco cheio um do outro, pegar nossas coisas sumir e nunca mais voltar a nos ver, mas sabemos que foi ótimo o que aconteceu.
E você pensa como eu.
Não me venha com essa de "não tenho nada pra te oferecer", eu nunca te ofereci nada mas você permanece aqui.
Tocando minha música preferida quando chego irritada, e parece que você advinha.


Nossa, você não sabe quanto é perfeita pra mim essa cena: Você sentado, o cabelo caindo no rosto, aquela camiseta branca, a calça surrada, a forma como segura o violão, a forma como levanta lentamente os olhos na minha direção sem errar um acorde olhando-me profundamente enquanto canta: " I love the way you love, but I  hate the way I'm supposed to love you back", a cara que você faz quando eu pergunto se é uma mensagem subliminar, a forma como põe o violão de lado e avança na minha direção, me enlaçando em seus braços, o cheiro no pescoço que você sabe que eu amo, e você vai seguindo a linha do pescoço até meus lábios, me fazendo arrepiar com sua barba cerrada, adoro o cheiro que fica em você depois do cigarro, adoro seu cheiro sempre a qualquer momento, seu beijo. Isso é algo que me recuso a explicar, você não ia entender. Seus lábios suavemente me fazem entender onde você quer chegar, e chegamos sempre, sutilmente de uma forma que só você sabe me guiar.
 É isso o que eu quero. É isso o que eu preciso, sensações que jamais experimentei com nenhum outro, você me conduz a cada uma delas com maestria.
É isso o que eu quero. Que o universo demonstre pra nós que fomas felizes em nossa escolha, e que mesmo não tendo nada, nós temos a nós de uma forma só nossa.
Não é pra sempre, mas é real.

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