sábado, 29 de setembro de 2012

Amizade. Ainda há?

Amizade, do latim: Amicus; Amigo, que possivelmente se derivou de amore; amar, ainda que se diga também que a palavra provém do grego) é uma relação afetiva, a princípio, sem características romântico-sexuais, entre duas pessoas. Em sentido amplo, é um relacionamento humano que envolve o conhecimento mútuo e a afeição, além de lealdade ao ponto do altruísmo.


 Não é difícil adquirir amizade nessa jaula cibernética em que habitamos. É difícil mantê-las. Temos uma capacidade assustadoramente incrível, de conhecer pessoas, adicionamos, conversamos, marcamos de nos encontrar. Se gostamos, marcamos de novo, se não, fazemos de conta que nada aconteceu e prosseguimos no ciclo universal de aproximação a desconhecidos descartáveis. Mas acredite ou não, você encontra pessoas que levará para sempre em sua memória.
 Nessa época de correria, trabalho copiado, corações sem tempo de perceber que estão partidos e a cor dos olhos da sua mãe que você nem sabe mais qual é, ainda conseguimos tempo de ser insubstituível na vida digital de alguém. 
 Certo dia estava passando próximo a Praça Paris, quando de repente ouço meu nome, claro, não é nada tão estranho levando em consideração, que vários amigos passam por ali, mas aquela voz não era familiar. Esquivei-me de olhar, poderia não ser comigo, mas insistiram. Parei, e vagarosamente virei o pescoço para a direção que brotara a voz...
- Henrique?!?
- Hey! Não é que é você mesmo?
- Como você me reconheceu?
- Eu... eu... não sei, eu meio que senti que era você só senti uma vontade avassaladora de descobrir se era de fato...
- Oh, meu amigo... - E atirei-me aos braços do "desconhecido". Fiquei mergulhada em uma imensidão de sentimentos que mal posso descrever, conhecer pessoalmente e casualmente alguém que você fala a anos, é realmente uma situação difícil de descrever. 
 Outro dia recebi um e-mail de longe, Salvador - BA e a introdução era a seguinte:
 " Minha querida pretinha, daqui à pouco menos de um mês, me tornarei noiva, e alguém tão especial na minha vida, como você, não poderia faltar, e é uma ótima oportunidade para finalmente nos conhecermos...rs..."
 Sim, ainda é possível ser feliz, e usufruir de boas companhias mesmo nessa época onde não temos tempo nem para dormir, é só saber cultivá-las. ;)

Esse post, é destinado à todas as pessoas que se tornaram especiais em minha vida, por meio dos novos meios de interação social.

domingo, 16 de setembro de 2012

#Conto.

Já se conheciam há bastante tempo, eram amigos e costumavam conversar sobre assuntos aleatórios do dia-a-dia, mas essa situação não era muito agradável para João, até que um belo dia ele acordou decidido a mudar tudo.
Acordou cedo, 06h25 e como normalmente fazia foi até o banheiro e lavou o rosto, com um pouco de ansiedade desta vez, ligou a cafeteira, pegou os biscoitos no armário, com uma concentração de quem se prepara para uma cirurgia, o cirurgião no caso. Voltou ao quarto pegou uma camisa sem estampa, procurou uma calça, foi para o banho. Pensativo. Alimentou seu cão, levou-o para passear olhou no relógio e pensou: - Acho que posso ir agora- Ele parou um  pouco, sentou na varanda e refletiu sobre o que queria fazer.
"Somos a amigos a quase dois anos, não quero estragar tudo, mas também não posso guardar isso por mais tempo, estou confiante de que vai dar certo, e ela pode estar sentindo a mesma coisa só não tem coragem suficiente para me contar, ou acha que eu não sinto o mesmo... Afinal eu nunca deixei rastro dos meus sentimentos por ela. Mas tudo... "(celular toca)
- Alô?
- João, desculpe te ligar tão cedo... é que ('snif'-fungada ao fundo) eu...
- O que aconteceu Lu? Você está chorando?
- Preciso conversar com você.
- Estarei aí em poucos minutos.
E ele saiu desesperado para saber o que poderia estar acontecendo de tão grave para ela ter ligado logo para ele de cara. Eles eram amigos, mas não tinham um contato diário, moravam em bairros diferentes nem tinham amigos em comum, então não eram os primeiros a ser contatados em face de problemas urgentes.
 - Desculpe João...
 - Não precisa se desculpar eu só...
 - Ele gosta de outra! - interrompeu ela.
 - Ele? Ele quem?
 - O garoto que estou apaixonada... - Disse ela derramando rios de lágrimas.
 - Eu não sabia que voc...
 - É eu não costumo mesmo falar sobre meus sentimentos mas estou arrasada,-Interrompeu ela- precisava conversar com alguém, visto que você é meu amigo e o único que não conhece o Bernardo não vai achar tão estranho o que estou de contando... blá,blá,blá....
A essa altura ele já não absorvia nada, não escutava nada, queria sair correndo dali, e nunca mais voltar a ver "a traidora de sentimentos não expostos", mas não o fez.
Seu coração estava perdido como se flutuasse em seu peito, sua cabeça girava, náuseas era tudo o que sentia. Nem mãos suadas, nem pernas trêmulas... Só uma expressão indefinida no rosto.
 - Mas eu não vou desistir.
Foi tudo o que ele ouviu dela.
"Mas eu sim" - Pensava ele.
E pularemos ao desfecho dessa estória.
Lu conquistou o coração de  Bernardo.
Lu nunca soube o que João sentia por ela, e cada pronunciação e manifestação de alegria que ela publicava nas redes sociais, machucava o coração do pobre rapaz, que a cada dia relembrava a frase que leu num blog de uma desconhecida para se consolar: "Ninguém escolhe de quem vai gostar, e o fato de você gostar de alguém, não é suficientemente relevante, para que esse alguém goste de você".

Obs.: Qualquer semelhança com sua vida, leitor(a), pode não ser mera coincidência.

Aquela dúvida

 Ela estava confusa com o que se passava dentro de si.

Era demasiadamente jovem, para entender as arruaças que o sentimento chamado amor pode cometer dentro do seu peito, mas tinha uma mente ensimesmada onde não havia espaço para acreditar que alguém, ou melhor, um sentimento nutrido por alguém, pode lhes causar estragos profundos. -Jamais permitirei que isso aconteça- Dizia ela. Tinha a doçura de uma menina mas a perspicácia de quem lê. Mas a dúvida lhe perseguia.

 -"Então o que é, ou o que seria esse bendito amor?
Está em todas as partes, os comentários giram em torno dele, almejam, procuram, caçam enlouquecidamente, emocionam-se ao ouvir sobre ele em músicas, ou lendo um romance, ou vendo um filme...
Mas demonstram pouco.
À pouco me foi perguntado sobre a veracidade do amor. Sim, eu acredito no amor. Mas não o vejo como pregam. Tem algo a mais."
 Na teoria ela sabia que era fácil, mas a prática à confundia.
Então ela o conheceu.
Ninguém sabia o seu nome, era calado e tinha sempre um livro, que não era do curso, à mão. Entreolharam-se certa vez e ela ficou levemente balançada.
Ele lhe pediu licença, ela levantou os olhos e por cima dos óculos lhe daria uma resposta mal criada até que, encontrou aqueles olhos que mais lhe pareciam pedir acalento do que licença.
 E foi com ele, um amigo que lhe fazia sentir tão bem, e que ao mesmo tempo ela não conseguia fazer nada que previamente soubesse que poderia causar algum incomodo ao seu querido.

 Com o tempo ela aprendeu que amar não é simplesmente gostar um pouco mais de alguém, e sim tudo o que você faz mesmo que inconscientemente em prol de uma relação amigável, saudável e leve com quem está ao seu redor.
E seu lema passou a ser: Simplesmente ame!

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Diálogos Cibernéticos

- Seria mais fácil admitir que gosta de mim...
- (risos)
- Isso é um sim?
- Preciso sair agora...
- Sem me responder?
- Precisa mesmo mesmo de uma resposta?
- Isso é um sim?
- Não.
- Então é um não?
- Talvez...
- Dá pra ser mais clara?
- Se você prestasse mais atenção não seria necessário...
- Mas você me conhece, sabe que....
- Exatamente! EU te conheço, e só.
- Nunca daria certo né?
- Quer tentar?
- Quer namorar comigo?
- (risos)

#Eles

 Ela não sabia explicar a causa de tanta admiração, quando perguntávamos limitava-se à - é complicado explicar- nunca dizia o que sentia mesmo sendo raramente necessário fazê-lo.
 Observávamos seus singelos sinais. O brilho no rosto a cada sms recebido, o despertar atordoado quando a conversa noturna não havia sido como esperara, a formosidade ao arrumar-se quando havia possibilidade de um encontro. Enfim, eram muitos os sinais que poucos conseguiriam notar.
 Ele por sua vez, resumia a resposta num mero: "Ela é bem legal"- não sabia expressar seus sentimentos, ou se sabia optava por não fazer. Não sabia o que se passava com ela, nem o que ela sentia por ele, na verdade para ele era apenas amizade, não estava acostumado a essas 'coisas de amor', e nem pretendia estreitar laços com o amor tão cedo. Mas esqueceu de avisa-la.
 Ela gostava do sorriso dele, do cabelo, das mãos mas queria alcançar algo que não lhe pertencia, e não seria fácil, mas estava disposta a tentar.
 Ele estudava.
 Ela trabalhava e não via a hora de receber uma visita inesperada inesperada acompanhada de um convite para um passeio.
 Ele não via a hora de chegar em casa e dormir.
 Ela esperava por notícias.
 Ele tinha preguiça de responder as mensagens.
 Ela contava tudo o que acontecia.
 Ele fingia que lia e mandava uma carinha sorridente- =) -
 Hoje ouvindo-os contar essa estória me custa acreditar que ele não conseguia enxergar o óbvio, mas o que foi dito é certo. Se você quer, conseguirá, mas terá que atravessar caminhos espinhosos e não desistir do que te trará alegrias sem medidas.

domingo, 9 de setembro de 2012

Uma dose de coragem, por favor.


Olhar-te-ei no fundo dos olhos. Direi o que fortemente anseio e antes que possas formular uma observação sobre o que foi dito, furtarei de ti, por longos e bons minutos, o ar.

Quem nunca pensou em ‘dar uma de surtada’, e chegar chegando naquele carinha que te deixa sem palavras, visto que você mal consegue ouvir o que ele fala só pensando em: como seria sentir aquela respiração mais de perto? Quem nunca perdeu-se durante uma conversa e ficou levemente hipnotizada por um belo sorriso, um belo par de olhos ou de pernas... Que atire a primeira pedra.
 Mas o medo te faz travar. Quando algumas amigas me falam sobre esse tal medo, sempre faço as mesmas perguntas. Medo de que? De levar um fora? De ser “mal interpretada”? De deixar de ser vista pelas pessoas que te cercam como ‘a mocinha pra namorar’? O medo é uma coisa boba, e inexplicável na maioria das vezes, visto que nos obriga a imaginar situações sem nenhuma ligação com a realidade, nos retraindo e causando a perda das melhores oportunidades na nossa vida. Vamos deixar de sofrer por situações que sequer alcançamos ainda, vamos arriscar mais, e encucar de uma vez por todas que opinião alheia, como todos sabemos mas acabamos por deixar cair no esquecimento às vezes, é simplesmente isso... opinião alheia.
 Não é muito difícil abandonar esse medinho de arriscar. Apesar de muitos exemplos de pessoas cheias de atitudes que temos constantemente, não são poucas as pessoas que tem pavor de tomar atitude quando o assunto é: sexo oposto.
 Mas esquecem de uma coisa, mulheres com esse medo/timidez, não se sentem nem um pouco encabuladas ao proferirem um amargo e sonoro NÃO, quando o ‘alguém’ não lhe é interessante. Mas quando o risco é de levar um não, a coisa muda. Estamos tão determinadas a não ser magoadas, que esquecemos que não deve ser tão mal assim. Afinal o cara que ‘levou um não’ seu, levou da outra, de mais uma e daquela outra, mas a vida continua.
 Adquirir coragem não é tão fácil, mas perder o medo de se machucar soa bem racional, afinal ninguém nos prometeu que seria fácil.