segunda-feira, 4 de junho de 2012

Devaneios

 Crescer, crescer, crescer... Passamos essa experiência alucinante e cheia de mistérios, vulgo vida, ouvindo essa palavra encaixando-se em várias frases: "Quando você crescer, poderá fazer", "O que pensa que está fazendo? Você ainda não cresceu o suficiente", "Você não vai crescer nunca, não é?"...
 Crianças não entendem o significado de crescer, adolescentes não entendem o porque não são crescidos, adultos se preocupam o tempo todo em não passar a impressão de ser imaturo, de que não cresceu. Mas então o que consiste em crescer?
 É perder a inocência?
 É fazer o que não lhes era permitido?
 É se preocupar em fazer somente o que é agradável aos olhos alheios?
Muito do que foi necessário para nossa atual formação, foi deixado, perdido no tempo, como costuma-se dizer... passou.
 Começa pelos brinquedos deixados, depois ações que não são mais realizadas, atitudes que deixamos de lado, decisões passam a ser tomadas, a inocência no olhar vai se perdendo, a confiança, no próximo, vai diminuindo, o doce tom na voz se desloca dando lugar ao tom apropriado à alguém de sua idade.
 Pra quê? Se a vida era mais alegre, o vento passava lento, as pessoas pareciam ser de marshmallows, dia tinha mais cores, a árvore era tão verde, as nuvens era desenhos: baleias, carros, coelhinhos, bailarinas e pombo-correio?...
 E se optarmos por não crescer? Almejo apreciar a beleza exorbitante que o mundo me concede de olhos abertos, cabeça erguida, com lentidão e sabor de confetes. Mas eu cresci, e se repasso aos que me rodeiam essa ideologia... Acordarei com uma camisa apertada, num quarto pequeno e sem contemplar a luz do dia.

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